Défice tecnológico em cargos de administração compromete 3 mil milhões de euros em receitas nas empresas europeias


Apenas 14% dos membros dos conselhos de administração das empresas europeias têm experiência em tecnologia, em comparação com 22% na América do Norte. Portugal situa-se abaixo dos 5%.

Défice tecnológico em cargos de administração compromete 3 mil milhões de euros em receitas nas empresas europeias

Apenas 14% dos membros dos conselhos de administração das empresas europeias têm experiência em tecnologia, em comparação com 22% na América do Norte. Portugal situa-se abaixo dos 5%.

O novo estudo da Accenture revela que as empresas europeias poderiam gerar quase 3 mil milhões de euros em receitas adicionais até 2024 se conseguissem colmatar o défice tecnológico em cargos C-Level (Administração), comparativamente com as suas congéneres da América do Norte.

Para responder a esta lacuna, as organizações europeias terão de adotar uma abordagem diferente, a qual passa por melhorar a experiência tecnológica nas suas administrações; acelerar o investimento em I&D que permita o desenvolvimento de novos modelos de negócio; e tirar partido dos pontos fortes em termos de competências.
De acordo com o relatório "Innovate or Fade" da Accenture, as receitas adicionais projetadas para as empresas europeias representam um aumento de até 12% das receitas em 2023 e de até 13% das receitas em 2024.

O estudo, que inclui uma análise da experiência tecnológica[1] nos conselhos de administração de quase 2.000 das maiores empresas do mundo, concluiu que:

Num ambiente macroeconómico volátil, em que as organizações precisam de se reinventar continuamente para conseguirem uma maior resiliência e crescimento, torna-se cada vez mais importante dispor de conhecimentos tecnológicos nos conselhos de administração.



Jean-Marc Ollagnier, CEO da Accenture para a Europa, afirma queos conselhos de administração e os diretores executivos costumavam pensar primeiro na estratégia de negócio e só depois na forma como a tecnologia a poderia apoiar. Agora é vital que integrem a tecnologia desde o início do desenvolvimento de novos produtos, serviços ou modelos de negócio. Caso contrário, as empresas arriscam-se a perder milhares de milhões de receitas adicionais.

Jean-Marc Ollagnier reforça o exemplo da Generative AI. “A questão-chave para a liderança prende-se como o modo como se integra esta tecnologia para impulsionar a eficiência e o crescimento, de forma responsável – pelo que é fundamental ter um elevado nível de experiência. Melhorar o "quociente tecnológico" nas salas de reuniões e na direção é importante para que as empresas tomem decisões informadas sobre o papel a tecnologia como fator de sucesso para a organização. O domínio de tecnologias como a AI, as redes da próxima geração, a computação periférica e os gémeos digitais também será crucial para a reinvenção industrial que muitos governos europeus estão a promover.

Apesar da lacuna de experiência tecnológica ao nível da direção, o relatório concluiu que as empresas europeias estão mais empenhadas em melhorar as competências tecnológicas dos seus colaboradores do que as suas congéneres americanas: 28% dos inquiridos afirmaram ter um programa tecnológico em toda a empresa, enquanto apenas 18% das empresas americanas o fazem. Este facto pode ajudar a explicar a razão pela qual as empresas europeias parecem menos preocupadas com a escassez de competências tecnológicas do que as empresas americanas.

Acelerar a I&D para construir o crescimento futuro
De acordo com os dados apurados, as organizações europeias alocam menos percentagem das suas receitas a investimentos em I&D em comparação com as empresas de América do Norte e Ásia Pacífico.

Além disso, esta diferença está a aumentar: em 2017, as empresas europeias analisadas para o relatório ficaram 70 pontos atrás das suas homólogas da América do Norte em termos de investimentos em I&D, em percentagem das receitas. Até 2022, este valor duplicou para 140 pontos. Esta diferença de investimento ascende a 147 mil milhões de dólares em 2022.

As organizações europeias também são menos propensas a registar patentes relacionadas com a AI em comparação com os seus pares da América do Norte e Ásia Pacífico. A Accenture descobriu que apenas 60% das empresas europeias registaram patentes relacionadas com a AI, em comparação com 77% das empresas na América do Norte e 89% das empresas na Ásia-Pacífico. Ainda menos empresas (34%) registaram patentes no domínio da Generative AI, em comparação com 60% na América do Norte e 73% na Ásia Pacífico.



De acordo com Jean-Marc Ollagnier, “os investimentos de I&D em tecnologia são cruciais para construir o crescimento futuro, através de novos produtos, serviços e modelos de negócio. Por exemplo, para implementar modelos circulares, as empresas podem analisar o papel das tecnologias na garantia da rastreabilidade dos componentes e melhorar a transparência do processo de reciclagem para ajudar a proporcionar a confiança que os consumidores esperam para promover a reutilização dos produtos.

A tecnologia pode também desempenhar um papel fundamental na aceleração da I&D. A cloud, a AI e a quântica podem ajudar a acelerar a descoberta de medicamentos no setor farmacêutico e a criar materiais mais sustentáveis no setor químico. O que importa não é tanto o valor absoluto investido em I&D, mas sim a parte das receitas alocadas e, mais importante, a forma como é utilizada."

[1] Para efeitos desta análise, a Accenture define os membros do conselho de administração que têm experiência em tecnologia como aqueles que cumprem pelo menos um dos seguintes critérios: 1) têm responsabilidades tecnológicas (por exemplo, CIOs, CTOs, CDOs) na sua empresa atual ou tiveram tais responsabilidades em empresas anteriores; 2) Têm ou tiveram responsabilidade sénior numa empresa tecnológica.

Sobre a Accenture


A Accenture é uma empresa líder global na prestação de serviços profissionais que ajuda as principais organizações mundiais, do setor público e privado, a desenvolver o seu core digital, otimizar as operações, acelerar o crescimento das receitas e a melhorar os serviços prestados aos cidadãos, criando valor tangível, em velocidade e escala. Somos uma organização guiada pelo talento e pela inovação, com 732 mil profissionais que servem clientes em mais de 120 países. A tecnologia está hoje no centro da mudança e a Accenture é uma das empresas líderes globais a ajudar a impulsionar essa atitude, com relações sólidas no ecossistema. Combinamos competências em tecnologia com uma experiência inigualável em todas as indústrias e funções de negócio. Temos a capacidade única de oferecer resultados tangíveis através de uma vasta gama de serviços, soluções e ativos em Estratégia & Consultoria, Tecnologia, Operações, Industry X e Accenture Song. Estas capacidades, juntamente com a nossa cultura de sucesso partilhado e do compromisso com a criação de valor 360°, permitem-nos ajudar os nossos clientes a ter sucesso e a construir relações de confiança que perduram no tempo. Medimos o nosso êxito pelo valor 360° que criamos para os nossos clientes, acionistas, parceiros e sociedade. Visite-nos em www.accenture.pt.


Contactos:
BCW
Bruno Santos
bruno.santos@bcw-global.com
Tel: (+351) 910 018 1444