Accenture revela que 93% das organizações estão em risco de falhar os objetivos Net Zero

Se as organizações não duplicarem a taxa de redução de emissões de carbono até 2030, a maioria não conseguirá cumprir os objetivos estabelecidos pelo Net Zero 2050.

Lisboa, 11 de novembro de 2022: Apesar de mais de um terço (34%) das maiores empresas do mundo estarem já comprometidas com o Net Zero [1], a maioria (93%) não irá conseguir atingir os seus objetivos se não duplicarem o ritmo de redução de emissões até 2030, de acordo com um novo relatório da Accenture.

Com base numa análise dos compromissos de redução de emissões e dos dados das 2000 maiores organizações públicas e privadas em todo o mundo, o estudo Accelerating Global Companies toward Net Zero by 2050 conclui que o aumento da inflação dos preços da energia e da insegurança no fornecimento está a tornar os compromissos inatingíveis, mesmo que mais empresas em cada região estejam a estabelecer metas claras e publicamente visíveis de descarbonização, com um aumento recorde no número de metas corporativas validadas pela iniciativa Science-Based Targets (SBTi) só este ano. Além disso, 84% das empresas planeiam aumentar os investimentos nas suas iniciativas de sustentabilidade antes do final de 2022 [2].


O relatório conclui que a aceleração para o net zero exigirá capacidades de "carbon intelligence" que permitam às organizações controlar, melhorar e impulsionar a criação de valor, incorporando a “inteligência carbónica” e ESG nos seus negócios core e nas cadeias de valor. Isto inclui a integração de dados de carbono, energia e outros dados de sustentabilidade e insights, em informação de negócios financeira e operacional para ajudar a impulsionar a tomada de decisões diárias.

"Durante a disrupção global económica, política e ambiental, mais empresas do que em qualquer outro momento, comprometeram-se publicamente com metas elevadas de descarbonização até 2050. Esta ambição acrescida é encorajadora, mas também é claro que é necessária uma aceleração acentuada da redução de emissões", afirma Jean-Marc Ollagnier, CEO da Accenture na Europa. "Maximizar o valor das tecnologias maduras, como as energias digitais e certas renováveis, ao mesmo tempo que se acelera a implementação de soluções inovadoras como o hidrogénio, será fundamental. Mais importante ainda, alcançar o net zero exigirá transformações urgentes e profundas, uma vez que se trata de incorporar a sustentabilidade em tudo o que as organizações fazem, redefinindo o seu propósito, cultura e modelos de negócio."

No entanto, apesar dos compromissos assumidos, apenas 7% das empresas estão no caminho certo para atingir os seus objetivos net zero para as emissões de scope 1 e 2 às taxas de variação observadas. A mudança das metas para 2050 aumenta essa percentagem ligeiramente, para apenas 8%. Mesmo num cenário em que as empresas aceleram a redução de emissões para o dobro das taxas atuais, até 2030, e depois para o triplo – 59% continuariam a falhar até 2050; o prazo considerado necessário para evitar os impactos mais catastróficos e irreversíveis das alterações climáticas.

"Para avançar à velocidade e à escala exigida pela ciência e pela economia, será fundamental para as empresas desenvolverem ao mesmo tempo múltiplas capacidades de “carbon intelligence", refere Mauricio Bermudez-Neubauer, responsável global de carbon strategy & intelligence da Accenture. "Isto significa integrar dados e insights de carbono decision-ready nos seus sistemas e processos, permitindo uma utilização eficiente de recursos financeiros e não financeiros, juntamente com uma boa gestão de riscos na implementação das tecnologias digitais, biológicas e industriais que serão necessárias para atingir o net zero."

Uma transição net zero deve incluir todas as partes do negócio, e a descarbonização não pode ser feita sem uma combinação de tecnologia digital e física para dar significado aos dados de carbono e agir com confiança.

"Agora é talvez o momento mais difícil para ser um CEO comparado com qualquer outro período no passado recente, em particular, tentar equilibrar os compromissos de sustentabilidade, pressões da inflação e recessão e a necessidade de entregar valor tanto para acionistas como outros stakeholders", afirma Peter Lacy, chief responsibility officer e responsável global de Sustainability Services da Accenture. "Este relatório – embora extremamente preocupante no que diz respeito à trajetória net zero – mostra um caminho claro para as empresas criarem valor e impacto numa altura em que os mercados de capitais, os governos e outras organizações vão criar ainda mais pressão para cumprir as metas definidas através da transparência, comparabilidade e consistência."

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[1] Definido como abrangendo as emissões diretas provenientes de fontes próprias ou controladas (Scope 1); emissões indiretas provenientes da geração de eletricidade adquirida, vapor, aquecimento e arrefecimento consumidos pela organização inquirida (Scope 2); e todas as outras emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor de uma empresa (Scope 3).

[1] Definido como abrangendo as emissões diretas provenientes de fontes próprias ou controladas (Scope 1); emissões indiretas provenientes da geração de eletricidade adquirida, vapor, aquecimento e arrefecimento consumidos pela organização inquirida (Scope 2); e todas as outras emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor de uma empresa (Scope 3).

[2] Accenture CXO survey, junho de 2022

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